quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

We can beat them, just for one day

Desde novembro, o que vem dominando por aqui é a ansiedade.
Mas não é aquela ansiedade normal de todo dia. A bicha é bruta, malvada mesmo, do tipo que faz ver a batida do coração, que carrega o sono embora por dias, que angustia fechando a garganta.
Em nome dela, fiz e não fiz muita coisa. Fui impaciente, grossa, agitada, chorona, fechada. Não me diverti tanto quanto poderia, remoedora que sou. Passeei menos, amiguei e amei menos também.
As desculpas todas de trabalho: remoção, atribuição, chamada do concurso, escolha de cargo novo, exame médico de admissão, acúmulo de cargos e a lista pode bem ser infinita se eu insistir nela.
A despeito da ansiedade, tudo vinha dando certo, até hoje. Que deu errado e eu sabia que daria, mas fiquei ignorando de propósito o que sabia.
A primeira reação foi a de desesperar e chorar. Afoguei a mágoa, como de hábito, num pastel de catupiry com milho verde e um copo de suco de laranja, me enfiando em seguida na biblioteca atrás de livros para fugir da realidade.
Mas existem os amigos e o zapzap. E com saudade, fui abraçar duas queridas no metrô, que me levaram pra uma pizza com outra querida e Bea de lambuja. No meio de tanta conversa, de Cartagena, Bogotá, Rio de Janeiro, Pernambuco, Paraty, Mongaguá, fui desapegando da ansiedade e acalmando o coração.
De coração acalmado, lembrei que o sofrimento é grande demais por uma coisa que desejo tão pouco e com tantas ressalvas. Dinheiro é importante e posso dizer que depois de quase 10 anos na pindura, quiçá a vida toda, é muuuito importante. Ou no caso, urgente. Mas não é a coisa que mais importa pra mim. Nunca foi. Pra que regredir agora?
Sim, eu preciso e não desisti. Só que, talvez, o não ouvido hoje tenha sido uma chacoalhada boa pra lembrar eu mesma sobre quem eu sou, e que essa coisa que nem é tão importante assim, não merece todo o sofrimento que vem causando nos últimos meses. Não merece o sofrimento que eu mesma venho me causando nos últimos meses.
Eu sei que amanhã não vou acordar diferente de hoje, calma e equilibrada. Mas quando estiver caindo naquela roda-viva de angústia e ansiedade, vou me beliscar, respirar e lembrar que, se no fim não der tudo certo, a gente acha outra saída.

domingo, 18 de janeiro de 2015

nesse janeiro, só consigo dizer o óbvio:
mas que calor
mas que ansiedade
mas que preguiça

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

voltei correndo que ia ver tempestadas
(assim, no feminino, tanta beleza e fúria)
nada
monte de estrelas a vista

aleatoriedades

tava bom.
teve 7 ondas, depois mais duas.
conversei muito com o mar na segunda-feira e depois ontem, enquanto ouvia músicas.
teve we are young pq já fui e as vezes ainda sou e me dá uma puta sensação de euforia coletiva.
santa chuva que já passou por aqui e eu mesma que cuidei de secar.
para ver as meninas. silêncio, por favor, enquanto esqueço um pouco a dor no peito.
outro lugar que tá errado, tá errado me querer quando convém (e seu eu não tô enganado acho que você me ama também).
presente passado e a canção que faltava, mas agora é tarde e eu não sabia mais sonhar e preferia só ficar sozinha nessa estrada.
the scientist because i'm lovely.
fix you pq mesmo muito cansada não posso dormir (se bem que gi e fe derrubam até a insone mais resistente).
any way you want it/ lovin', tochin', squeezin'  cause he's lovin', he's touchin', he's squeezin' another.
heroes, linger, creep. falam com a minha alma, sei pq não.
heroes acho que por causa da cena linda da caminhonete no túnel em as vantagens de ser invisível (se você ainda não assistiu, assista) e por conhecer a felicidade de ouvir sem esperar uma música boa pra cacete. se bem que acho que a gente sempre esperança uma música boa pra cacete.
linger acho que para ouvir de mim do começo ao fim e acho que um monte mais de gente acha isso a seu próprio respeito também.
creep, puxa, além daquela guitarra tem aquele falsete do caralho daquele puto e i'm a creep i'm a weirdo.
do fundo do meu coração corroborou. cada vez que vi você chegar, me fazer sorrir e me deixar, decidido, eu disse: nunca mais. esse nunca mais é pra sempre. e como sou eu que estou falando, devo reforçar que esse pra sempre é pra sempre de verdade.
me dei conta do tamanho do amor que tava sentindo por tudo com nem cinco minutos guardados. as luzes querem me ofuscar. eu, só quero que me ceguem! foi tudo crescendo. o pôr do sol, o avanço da maré, a paz, o amor. 
pensei que fosse o céu e meus dias nunca mais serão iguais.
voltei para o apartamento acompanhada por espelho, e me pergunto se alguém que já perdeu pai e/ou mãe consegue ouvir sem chorar ou pelo menos se emocionar profundamente. chorei, pq eu troquei de mal com Deus por me levar minha mãe e lembrei disso.
daí chorei de novo.
ê vida boa
ê vida à toa
ê vida voa
comecei a fazer contas:
giovanni já vai fazer 5
meus irmãozinhos passaram dos 20
eu e moscas completamos esse ano a maioridade de nossa amizade
bea, quase 17. quase 17. quase 17 (tô repetindo pra ver se uma hora vai soar mais real)
faz 20 anos desde 1995. quase 20 anos até outubro e, porra, não passa. mas não impede a felicidade.
quase 20 anos. e falta lhe confesso que ainda hoje faz.
opa. esse não é um post triste e eu não estou triste.
acho mesmo que 2015 é o ano da reconciliação por aqui.

p.s.: eu realmente amo voltar para casa

domingo, 4 de janeiro de 2015