gosto da cor rosa. ainda que 99,99% da população considere brega.
tbm gosto muito de borboletas. ainda que 70% da população considere brega.
gosto de batons vermelhos e unhas vermelhas e cabelos raspados, ainda que 100% da população me considere louca.
amo bolos de massa folhada, desde que provei o primeiro, aos 6 anos.
ventiladores são meus xodós, guarda-chuvas tbm. coleciono-os feliz, de tipos e tamanhos variados.
acho uma delícia colocar a agulha no vinil e ouvir, antes da música, o barulho da poeira.
amo trabalhos manuais, que exijam muito dos meu braços taurinos.
amo tbm meu cérebro, que ainda que não entenda tudo, se acha capaz de solucionar qualquer problema.
gosto de gente que dá instruções inteiras, que não usa meias palavras.
gosto de gente que se permite sair das próprias ideias fixas a respeito de si e de outros.
amo o pai nosso e a ave maria. tbm curto meditação e velas e incensos e pontos de umbanda com uma boa batucada.
e meu divino espírito santo. "que o perdão seja sagrado/ que a fé seja infinita/ que o homem seja livre/ que a justiça sobreviva".
livros salvaram minha vida. e os gibis e revistas e jornais e todos os rótulos de embalagens que já passaram pelas minhas mãos.
amo os momentos de nada, de nem pensar. de bater papo cabeça, de bater papo bobo, de contar piada suja e de contar piada infame.
gosto de gente que gosta principalmente de gente. como a moça ucraniana do livro "nenhum homem é estrangeiro". ao ver uma criança sendo atacada pela klu klux klan, se intrometeu entre o menino e o tiro. questionada por um dos seus, do seu povo, sobre ter arriscado sua vida e a do seus filhos para salvar uma criança que nem é dali, responde que "nenhuma criança é estrangeira".
ontem eu ouvi de alguém sobre como o centro está "horrivelmente tomado por haitianos". ontem tbm fui questionada sobre o significado de fronteira, e o quanto isso está relacionado para mim a uma questão de barreira.
quando o mundo todo deveria ser de todo mundo.
gosto de tirar os sapatos. de escorregadores infláveis.
gosto da rebeca, que lá em macondo comia terra e gosto do florentino ariza, pra quem amor da alma é da cintura pra cima e amor do corpo é da cintura pra baixo.
e gosto muito da minha vó.
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